sábado, 15 de março de 2008

Só hoje

Chego de mansinho, abraço-te e puxo-te com doçura para o sofá.
Pouso a cabeça no teu ombro e tu fazes festas na minha cabeça com a naturalidade que há muito conhecemos.
Durante umas horas, o frio, o escuro e os problemas mundanos ficam lá fora e ficamos só nós, cá dentro.
O relógio pára e o tempo é aquilo que nós queremos que ele seja.
Hoje e agora deixamos que os nossos corpos falem a linguagem secreta que nós dois criámos e que entendemos tão bem.
Hoje, só hoje, abraço-te como se o amanhã fosse uma simples palavra do dicionário e esqueço o significado de ontem.
Hoje, só hoje, sei que não vou a mais lado nenhum excepto onde os teus braços me quiserem levar.
Sinto o sono chegar, devagarinho e, abraçada a ti, deixo-me levar para o mundo dos sonhos.
Sei que amanhã vou afastar o teu corpo que permanece colado ao meu, vou beijar-te e partir para longe.
Hoje, fico aqui.
Hoje, só hoje…

(Lá ao fundo, mas cada vez mais perto, começo a ouvir “Tic Tac, Tic Tac”…)

Sem comentários: