sábado, 15 de março de 2008

O teu lugar


Hoje, depois de um dia de praia, estive em arrumações.
Dei especial atenção a um armário, ao seu conteúdo e à lógica da sua arrumação.
Nas prateleiras de baixo, estava a minha toga, o meu fato de taekwondo, os meus livros de Direito e do Harry Potter, vários grãos de areia, restos do teu perfume, uma foto do meu cão, música, uma rosa antiga que ainda não perdeu o cheiro ou a cor e um frasco com água do mar.
Nas prateleiras de cima, estavam as fadas, os carros de várias cores, o brilho do sol guardado num frasquinho, uma estrela cadente, uma varinha de condão, um cinto preto, uma casa a que eu chamo de minha e também de lar, cem dossiers nos quais escrevi "findo" com um sorriso e um bilhete que diz "amo-te" escrito numa letra decidida.
Na mais alta de todas (naquela em que te peço para me agarrares ao colo de forma a eu trazer o que quero para baixo), resolvi guardar algumas coisas das prateleiras mais baixinhas e outras coisas das prateleiras mais altas.
De uma forma confusa, tentei misturar a racionalidade com a emotividade e o actual com o futuro.
Algures no armário, fica ainda a prateleira dos Sonhos. Daqueles que temos acordados e dos quais nunca mais nos esquecemos. Daqueles que já foram reais (ou talvez daqueles que temos enquanto dormimos e não nos apercebemos...) e hoje estão nos braços de Morfeu.

(Já acordei abraçada a ti. Já me perdi nos teus braços. Já me encontrei no teu olhar. Agora só falta descobrir a prateleira onde te arrumar...)

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