sábado, 15 de março de 2008

Jogos


Quando era (mais) pequenina, gostava de brincar à apanhada e jogar futebol.
À medida que crescemos, os jogos tornam-se outros.
Deixamos de correr atrás de quem gostamos e limitamo-nos a marcar pontos no campo da vida.
Não dizemos o que pensamos ou sentimos (era tão mais fácil se o fizéssemos...).
Criámos barreiras, erguemos muralhas no meio do nada e aumentámos o tamanho das balizas.
Quero voltar a ser (mesmo) pequenina. Quero lembrar-me do que é correr atrás de ti. E tu atrás de mim. E de te dizer - sem medo nem receios - que por muito que tentemos posicionar-nos em lados opostos, a baliza onde tentamos marcar golos é eternamente a mesma.
Quero voltar a acreditar que o dia de hoje traz um amanhã colado ao dia de hoje e que essa cola é a mesma noite para nós dois.
Quero perceber se nos conhecemos Antes e se teremos um Depois.
Acredito que o mundo pára quando me abraças. Que os nossos pés fazem amor. Que nós valemos a pena. Que andamos na mesma direcção ainda que com passos diferentes.
Quero deixar de jogar este jogo e voltar a jogar à apanhada e futebol. Àquele jogo que não é jogo. Àquela altura em que eu era simplesmente eu...

(Atiras-me a bola?)

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